Investigadores encontram os primeiros domadores de cavalos
Sandra Olsen
Caçadores do paleolítico na Europa e Ásia começaram a exploração dos cavalos para carne há milhares de anos, quando os últimos glaciares desapareceram, no entanto a origem da domesticação do cavalo tem iludido os arqueólogos por diversas razões.
Uma das principais razões é que durante muitos séculos os esqueletos dos cavalos não diferiam significativamente dos seus antepassados selvagens, tornando o princípio da domesticação e uso do animal mais difícil de identificar.
Mas como parte de um grupo de arqueolólogos, os meus colegas e eu podemos ter ficado mais próximo dos princípios ao observar pistas no Cazaquistão.
O nosso grupo conduziu uma extensiva investigação em três locais que pertencem à cultura Botai na parte norte do país, em locais datados da Era do Cobre cerca de 3.500 anos A.C.
Escolhemos esta região porque foi aqui no coração da estepe Eurásia onde os tarpan, um pequeno cavalo selvagem, prosperaram depois de se terem extinguido noutras partes do mundo. Foi estimado que o tartan viveu com sucesso na área durante a maior parte do Holoceno, com início cerca de 11.700 anos atrás antes de se extinguir nos princípios do século 20.
Após análise dos locais, descobrimos evidências que poderiam apontar para as primeiras fases da domesticação do cavalo e que ajudam a explicar os seus impactos iniciais na sociedade. Descobrimos que os primeiros cavalos domesticados eram comidos, ordenhados e montados.
Mais de 90% dos ossos de animais encontrados no principal local dos Botai, uma vasta colecção estimada em cerca de 300.000, eram de cavalos.
Marcas de ferramentas de abate nos ossos indicavam uma comunidade cuja dieta consistia principalmente de carne de cavalo. Acrescente-se que havia evidências de que os cavalos eram sacrificados para fins religiosos.
Alguns dos artefactos mais comuns dos povoamentos dos Botai são ferramentas feitas com mandíbulas de cavalos que eram usadas para equipamentos como rédeas, peias e chicotes. Isto reforça a ideia que os cavalos dos Botai eram montados.
Para mim a evidência mais convincente de que os Botai mantinham cavalos foi o facto de eles subitamente aparecerem em grandes e permanentes povoados.
O principal local dos Botai tinha mais de 160 cavalos o que levanta uma questão: se o povo era ainda de caçadores pedestres sem nenhum tipo de gado ou agricultura como é que podiam sustentar grandes comunidades durante anos sem terem desde logo aproveitado os cavalos selvagens?
E porque é que se teriam focado em apenas uma espécie de caça grossa?
No entanto este leque de evidências não foi suficiente para convencer muitos eruditos de que os Botai foram uns dos primeiros povos do mundo a terem manadas de cavalos pelo que continuámos a investigar para conseguir provas mais convincentes.
Com a assistência dos geólogos Michael Rosenmeier e Rosemary Capo, recolhemos amostras do solo nos locais onde se suspeita terem existido corrais.
As amostras continham elevados níveis de fósforo e sódio, assim como traços de lípidos o que indicia a presença de estrume. Os corrais deviam ser essenciais para guardar as manadas de cavalos na estepe aberta.
Finalmente, depois de mais de uma década de investigação, a nossa equipa descobriu resíduos de leite de égua num recipiente de barro. Um membro da nossa equipa, Alan Outram, recolheu amostras modernas de carne de cavalo e de leite no Cazaquistão para comparação e levou alguns dos nossos fragmentos de utensílios de barro a Richard Evershed e Natalie Stear, da Universidade de Bristol, para análise bioquímica.
Lípidos nesses fragmentos assinalaram a presença quer de carne de cavalo quer de leite, mas só passados anos de investigação é que estes dedicados químicos descobriram que uma marcação de deutério (isótopo do hidrogénio) indicava que a gordura de cavalo em certos fragmentos tinha sido recolhida durante o Verão – a principal estação para obter-se leite de égua.
Com a identificação deste subproduto da domesticação obtivemos evidência bastante de que os Botai tinham realmente manadas de cavalos, pois ordenhar éguas selvagens seria incrivelmente difícil.
Descobrir estes longínquos princípios da domesticação do cavalo moderno foi como descobrir um ponto de viragem na nossa história.
Poucos contestarão o facto da domesticação do cavalo ter sido um marco na história da humanidade. Desde o princípio da domesticação o seu valor cultural cresceu e os seus usos diversificaram-se incluindo o transporte, manadas,
rebocar pesos, lavrar, produzir leite, guerra, desporto e muitas outras funções.
Além disso nenhum outro animal teve um impacto tão grande na geopolítica, principalmente através dos sucessos das cavalarias imperiais e nenhum outro animal teve tantas utilizações. A domesticação do cavalo mudou incontestavelmente o curso da cultura humana tal como a conhecemos.
Traduzido do texto original em inglês.
André Correia
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