Sexta-feira, 21 de Outubro de 2005
Com a apresentação da candidatura de Cavaco Silva parece fechado o quadro de candidatos a Presidente da Republica.
Podem ainda ser apresentadas outras candidaturas, mas se o forem não terão grande (ou nenhum) significado.
Dos já presentes permito-me fazer uma espécie de avaliação, por grupos, orientada por "critérios" de valia perante os eleitores.
1º grupo - aqueles candidatos que não têm qualquer possibilidade de vitória, mas podem eventualmente contribuir, até decisivamente para vitória de um dos outros candidatos.
Neste grupo incluo os candidatos do PCP e do BE.
Estes candidatos têm apoios consideráveis, mas batem-se sobretudo por um aproveitamente das suas campanhas para darem enfase aos problemas que os seus partidos consideram prioritários, para atacar o Governo que consideram demasiado liberal (isto é de direita) e para tentar derrotar o candidato da Direita.
Um dos riscos (ou não) que correm é de contribuir para a derrota da Esquerda, com uma resolução na 1º volta.
2ª grupo - os candidatos com maior peso político e, aparentemente, os melhores "recipientes" para os votos da maioria dos eleitores.
Cavaco Silva e Mario Soares são a minha escolha.
O candidato Cavaco Silva vai lutar contra todos, evitando os embates pessoais, fugindo da luta partidária, colocando-se inabalavelmente numa posição "independente", focando constante e persistentemente o interesse nacinal acima de tudo. Vai ser o "candidato" de todos os portugueses.
Já Mario Soares vai ser um candidato tipo "toca todos os instrumentos", o de salvador da democracia durante o PREC, o representante genuíno da esquerda socialista e republicana, o de candidato do PS, mas também o candidato de todos os protugueses.
Hábil, inteligente, experiente...mas algo confuso, oscilando entre a frieza dos comportamentos, alguma incoerência geriátrica e algum distanciamento ou sobranceria para com os "outros".
3º grupo - os candidatos surpresa, que são Manuel Alegre e Mario Soares.
Manuel Alegre pode ser a surpresa positiva, tanto mais quanto maior for a "surpresa" que pode vir de Mário Soares.
Manuel Alegre tem visibilidade e carisma, agora beneficiados pelas atitudes dos seus camaradas, desde o amigo Soares até ao leader socialista Jorge Coelho.
Se Manuel Alegre fizer uma boa campanha, distanciando-se do que está mal e defendendo os seus ideais, mostrando a sua liberdade perante os interesses instalados e colocando-se como um servidor inabalável do que pensa ser melhor para o País.
Se Mário Soares não for capaz de explicar claramente as muitas dúvidas que tem espalhado em intervenções confusas e, até, pouco edificantes, então a surpresa confirma-se.
A surpresa de um anima a do outra mina.
Esperemos que a próxima campanha eleitoral seja mais rica e esclarecedora do que as úlltimas sofridas por todos nós.
publicado por alcacovas às 22:34
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