Segunda-feira, 31 de Outubro de 2005
Muito se pode escrever, ou dizer sobre o futuro próximo de Portugal. Agora com o tema presidenciais na ordem do dia, não faltam opiniões e comentários dos ditos profissionais da crítica.
A verdade é que nós portugueses temos uma enorme tendência para nos agarrar a algo como se isso fosse a salvação de todos os nossos problemas (a luz ao fundo do túnel), essa luz em Fevereiro chamava-se José Sócrates e agora chama-se Cavaco Silva. Talvez seja esse o motivo que nos leva a ficar descontentes com uma grande facilidade pois pensamos que estas pessoas onde ser a reencarnação do Dom Sebastião, mas passado muito pouco tempo já estamos com as ruas cheias de coitadinhos que perderam direitos adquiridos, que como eles dizem demoram 30 anos a ser conquistados. Isto aconteceu com governo Sócrates e vai acontecer com o presidente Aníbal, pois os lutadores pela liberdade não se irão conformar com um presidente activo e passado muito pouco tempo teremos as rádios, os jornais as televisões cheias dos ditos profissionais da crítica a dizer que cavaco está a utilizar os poderes para transformar a nossa democracia no sistema presidencialista.
Isto irá acontecer tantas vezes como aquelas em que o Zé-povinho ponha a sua confiança de recuperação do nosso Portugal num determinado político, e não faça antes o contrario olhando sim qualquer político com a desconfiança que lhe é devida, depositando as mais reduzidas esperanças no desempenho de cada um. Pois o nosso país é o espelho do que foram 30 anos de políticos que foram vistos como verdadeiros salvadores da pátria e nós que ainda estamos vivos podemos provar o quanto de salvadores eles tiveram.
O nosso país continuam a ser dos menos desenvolvidos da União Europeia e isto não é tudo por culpa do Salazar, o nosso país continua a ser um dos países com a maior taxa de analfabetos da União Europeia e isto não é tudo por culpa do Salazar, o nosso país continua a ser um dos países com maior taxa de fuga ao fisco da União Europeia e isso não é tudo por culpa do Salazar.
Quando me refiro ao Salazar não é pelo facto de concordar com o que ele fez é sim pelo facto de que para muitos a culpa do atraso do nosso país era da ditadura e agora que passaram 31 anos da queda do regime o nosso país continua a estar na cauda, será ainda isto por culpa de Salazar?
O que está em causa é a necessidade enorme que o nosso país tem de pessoas não só competentes mas também com um enorme amor a nossa pátria, pois se não forem os portugueses a construirum Portugal melhor então quem será?
P.S: quando me refiro a políticos refiro-me a todos eles sem qualquer excepção desde presidentes de juntas, passando por presidentes de Câmara até aos mais altos cargos da nação, incluindo toda a escumalha que os rodeia pois o serviços que estes prestam a democracia esta passava muito bem sem eles.
rmgv
publicado por alcacovas às 15:00
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De Anónimo a 1 de Novembro de 2005 às 16:22
Este desabafo do RV poderia ter sido feito por muitos dos portugueses que, perdida a confiança e o respeito pela classe política, se sentem totalmente desiludidos e enganados.
Não choram o passado, mas já não se reveem no presente.
Todos nós, a maioria, nos sentimos cada vez mais, orfãos de um sitema, orfãos de uma política ou politiquice, que falha em todas as áreas, é a Educação, a Justiça, a Segurança, a Saúde e por aí fora.
Nada nos afaga o ego, estamos sempre na cauda da Europa, os nossos indíces são invariavelmente dos piores. Pobres e sem orgulho, o que é que nos resta?
Não há político em que possamos confiar, no sentido mais nobre da palavra, isto é não vemos nenhum político em que possamos depositar a esperança de uma boa governação.
Mas porquê?
O que é que se passa com a nossa classe política?
Será que o problema não está nela, mas apenas na dimensão dos nossos problemas?
Será que não há solução para nós?
Que a doença está já em fase terminal.
Não nos iludamos, os estados também desaparecem, até as nações se esfumam.
Ou haverá ainda um caminho? Um caminho para além da verborreia cansativa, vazia, ultrapassada, com que os nossos políticos, em geral, nos bombardeiam.
Todos têm certezas inabaláveis, todos arrazam os adversários.
Mas por que é que eles estão a lutar?
Pelo progresso do País ou pelo progresso pessoal?
Ou pela consolidação dos seus partidos e do que daí advem?
Se os nossos partidos não mudam, se os nossos políticos são sempre os mesmos ou clones dos seus antecessores, como é que o País vai mudar?
E nós, os anónimos cidadãos que carpimos mil máguas, que fazemos?
O que é que podemos fazer?
Não será tempo de falar menos dos políticos que temos e falar mais dos que desejaríamos ter. Talvez um dia algum nos oiça.
AC
André Correia
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(mailto:raco93@yahoo.ie)
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