Domingo, 27 de Novembro de 2005
Mesmo hoje sendo um verdadeiro dia de Inverno, chuvoso e frio não dispensei o meu passeio de Domingo por algumas ruas da nossa vila.
Hoje apeteceu-me ir à praça e perder-me nas ruas empedradas do centro da nossa terra, foi quando dei por mim a olhar o que já vi centenas de vezes a beleza da zona histórica da minha terra, andei calmamente pelas ruas de Évora e do Castelo saindo junto à igreja Matriz, voltei a praça e quando me preparava para regressar a casa uma ideia surgiu-me, a recuperação do nosso centro histórico, há muito que é objecto de promessas políticas e que até já deu origem a uma associação, nunca será feita se os turistas não visitarem a nossa terra. A historia da nossa vila tem que ser partilhada com muitos para que assim todos se possam aperceber o que verdadeiramente se esta a perder ao deixar ao abandono uma parte importante da historia do nosso país.
Com estas ideias ainda as voltas na cabeça voltei para casa a primeira coisa que me ocorreu foi fazer uma pesquisa na Internet sobre as Alcáçovas. E ai foi o meu maior choque pois verifiquei que pouca informação encontrava sobre Alcáçovas, aprofundei a minha pesquisa utilizando o motor de busca google na esperança que o que estava a utilizar fosse mau e por isso não encontrava muito sobre a minha terra. Mas estava completamente enganado o que de facto via era chocante a informação que existia era muita mas nada que tivesse a ver com a divulgação da história da nossa terra, o pouco que encontrei e que me deixou ainda mais triste foi algumas referências ao Tratado de Alcáçovas feitas por saites de todo o mundo e algumas fotografias do nosso Paço e da Capela das Conchinhas tiradas por alguém da Câmara Municipal de Paço de Arcos. Isto é ridículo e é uma situação que não se pode manter pois o único saite que faz referencia as jóias da nossa terra é o da Câmara Municipal de Paço de Arcos!!!!!!
Eu fiquei sem acreditar e voltei a pesquisar tentando consultar o saite da Câmara Municipal de Viana do Alentejo mas nada nem sequer estava disponível.
Fiquei totalmente desiludido e com um sentimento de tristeza pois aqueles que são os principais responsáveis pela divulgação da nossa terra não utilizam a Internet para publicitar a nossa historia, os nossos momentos e a nossa cultura.
Então compreendi porque é que a nossa terra é tão pouco visitada e logo a minha ideia inicial de que eram necessários muitos visitantes para que assim pudéssemos reclamar mais atenção para a degradação do nosso centro histórico foi por água abaixo.
Depois pôs-me na pele de um turista que estava interessado em visitar Alcáçovas, como é que obteria informações? Como é que sabia os principais pontos de interesse a visitar? O mais lógico é que acabava por desistir e procurar outro destino, ficando por conhecer uma vila cheia de historia, costumes e tradições!
rmgv
publicado por alcacovas às 23:05
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De Anónimo a 11 de Dezembro de 2005 às 01:26
Antes de mais quero felicitar todos aqueles que, em conjunto, têm trabalhado para a manutenção deste espaço de divulgação de ideias, mas sobretudo de reflexão dessas mesmas ideias.
Quanto ao artigo:«Distração ou Esquecimento!», gostaria de reflectir também sobre algumas coisas que estão ligadas à História das Alcáçovas, logo à sua memória. Se na pele de Historiador eu já sinto uma enorme tristeza pela degradação, não so dos monumentos, mas sobretudo, da memória de um povo, maior é a tristeza na pele de habitante desta belissíma vila. Dizia um sábio grego o seguinte: «os homens morrem porque não são capazes de juntar o começo ao fim». Não procures informação na internet, porque ela não está lá, procura a informação na memória das pessoas, nos monumentos que ainda restam, nas ruas calcetadas...Seria muito bom, de facto, encontrarmos a informação na internet, mas eu prefiro ver a História da «minha» vila em livro, numa monografia, que ela tanto merece, em cd, debatida em colóquios, que até se poderiam realizar nos espaços históricos, mesmo que em ruínas. Eu tenho procurado nos arquivos informação sobre Alcáçovas, e já encontrei coisas muito interessantes, mas não basta encontrar, é preciso tratar essa informação e reuni-la num arquivo, porque nos arquivos é que se deve guardar o bem mais precioso de um povo- a sua Memória!
Depois já poderíamos organizar roteiros, propor projectos para renovação dos monumentos, divulgar a nossa História e trazer os turistas à nossa vila. Eu não concordo que as Alcáçovas tenha poucos visitantes, até acho que tem muitos e muito interessados, porque ouviram falar, embora uma coisa minima, de Alcáçovas, mas como bem disseste, eles acabam por se perder e nunca percebem a riqueza que ficou por conhecer!
Mas esse é o nosso papel, jovens desta vila, o de preservar a memória do nosso povo, que no fundo são os nossos antepassados, ou seja, parte de nós! se a memória de um povo morrer, esse povo morre com ela!
Roberto Vinagre
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(mailto:roberto_vinagre@hotmail.com)
De Anónimo a 28 de Novembro de 2005 às 14:59
O artigo do RV é oportuno e obriga-nos a pensar, a pensar naquilo que vemos todos os dias quando passeamos pela noss Vila, pois de uma forma geral olhamos com "carinho", mas não vemos o que está mal, nem o que os nossos governantes, a nível central e a nível local, não fazem, ou esquecem ou julgam não poder fazer.
Cabe-nos a nós, cidadãos, levantar a mão e sacudir a imobilidade, limpar a poeira, gritar o nosso protesto.
Porque é que o site da nossa Câmara não aproveita melhor o património histórico de Alcáçovas, que não pode ser limitado aos edifícios ou outras construções? Há que explorar as memórias, os acontecimentos históricos, relevantes para o nosso País e até para o Mundo.
Vamos fazer qualquer coisa, discutir, estudar. Vamos a uma sessão da Câmara ou da Assembleia Municipal e apresentemos as nossas razões e as nossas queixas.
Mas primeiro estudemos melhor o assunto tão bem e oportunamente levantado pelo RV.
ACANDRÃ cORREIA
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(mailto:raco93@yahoo.ie)
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