Sexta-feira, 16 de Dezembro de 2005
Hoje de manhão, conforme é meu hábito, dei uma volta, comprar o jornal, beber a bica, tratar de algumas minudências.
Pelo caminho vou encontrando caras conhecidas, bom dia, como está hoje...
Conversas de 1 ou 2 minutos, sobre o tempo, a seca ou a chuva, algo que aconteceu a um amigo, fala-se de pequenas coisas, folhinhas dispersas pelo vento, conversinhas que logo se esquecem para, amanhã serem retomadas, repetidas, mas sempre saborosas.
Não precisamos de apresentações formais, falamos uns com os outros, por vezes sei com quem estou a falar, por vezes é uma cara conhecida sem nome e muitas vezes é um desconhecido (amanhã já não o será).
Vivi durante muitos anos em Lisboa, minha terra, vivi junto ao Porto, vivi em New York e em Luanda, vivi próximo de Aveiro, mas nunca vivi numa terra/casa. Vou explicar: uma terra quase como uma casa, pequena, habitada por parentes, visitada por amigos.
É um pouco assim a minha nova terra, uma grande casa onde todos estamos prontos a começar uma breve conversa, sobre tudo ou sobre nada, apenas porque estamos juntos, porque gostamos de partilhar uns momentos de descontração, de rir um pouco com um dito simples, mas alegre.
De com um simples bom dia fazermos parte do dia a dia de cada um e de todos nós.
Isto não é uma mais valia na qualidade da nossa vida, algo que é difícil de explicar ou de entender sem experimentar. Mas aqui em Alcáçovas é assim.
Não é uma terra diferente de muitas outras, as suas gentes são como muitas outras, onde há bondade e maldade.
Mas aqui vivemos em sociedade, vivemos em conjunto uns com os outros.
Nas grandes cidades as pessoas vivem dentro de uma sociedade, como entes anónimos, vivendo mais uns contra os outros ou isolados dos outros.
Esses outros são estranhos, possíveis inimigos. Vivemos isolados, sós no meio de uma multidão.
Se um dia quizeres esconder-te, desaparecer, vai viver para uma grande cidade.
Aqui em Alcáçovas isso não é possível, cada um de nós é uma parte visível de um pequeno todo.
AC
publicado por alcacovas às 17:43
De Anónimo a 22 de Dezembro de 2005 às 16:51
A minha análise SWOT realmente não coclui com uma escolha da minha parte.
Escrevi mais para abrir diálogo e, como às vezes faço, escrevo para "libertar" algo que me ocorre e que quero partilhar com outros.
Mas a minha resposta (óbvia) é pelo sossego de Alcáçovas, pela proximidade, pelo contacto humano.
Gosto de ir até à cidade ocasionalmente e por muito curto tempo.
ACAndre Correia
(http://xxxx)
(mailto:raco93@yahoo.ie)
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