Quinta-feira, 23 de Fevereiro de 2006
Num dos livros mais recentes que li, o Codex 632 do José Rodrigues dos Santos encontrei 8 referências ao tratado de Alcáçovas, uma das mais espantosas descrevendo-o como primeiro acto de globalização.
Naquele momento senti mais profundamente o que sempre tenho sentido ao longo da minha vida, orgulho de ser alcaçovense, orgulho de dizer a todas as pessoas que cresci, vivi e vivo numa terra que se chama Alcáçovas, orgulho porque senti que as minhas raízes os meus antepassados estão intimamente ligados, nem que seja por o carácter geográfico a um dos momentos mais importantes da História de Portugal e arrisco mesmo a dizer a um dos marcos da História mundial.
Mas será que todos os alcaçovenses tem todos os mesmo orgulho que eu da terra onde nasceram?
Permitam-me dizer-vos que não!
Não entendam os caros leitores esta afirmação como um acto arrogante da minha parte, eu apenas constato a realidade, e avanço os motivos que me levam a tal pensamento:
1. para quê a existência de uma associação que se autodenomina Amigos de Alcáçovas? Qual o seu verdadeiro contributo para a elevação da nossa vila e da nossa história? Quais os seus contactos, quais as diligência realizadas por esta dita associação para a recuperação do nosso património? E o que é que os nossos intelectuais alcaçovenses tem feito em relação à capela das conchinhas? Que eu saiba todos os dias caem conchas e ainda não vi lá nenhum amigo alcaçovense a apanhar as ditas. ( e não me venham dizer que todos os meses fazem um jantar pois que eu saiba isso não resolve o problema da degradação do nosso paço! Não me digam que até já falaram com alguém influente no IPPAR, pois que eu saiba isso não preserva a nossa calçada romana!);
2. qual a acção da câmara municipal junto do poder central para a recuperação do paço dos Henriques? Qual a acção da câmara municipal no que diz respeito a nossa bela calçada romana? (por favor tenham todos os argumentos menos dizer que o telhado do paço foi arranjado, pois isso era o mínimo que poderia ser feito);
3. mas o mais ridículo e triste espectáculo é ver a nossa junta de freguesia cuja a sua única preocupação é arranjar azinhagas. (mais uma vez não aceito desculpas, tais como coitadinhos de nós que temos um orçamento tão pequeno e temos de poupar para uma ambulância no final de cada mandato;
4. mas infelizmente não se fica só por aqui, então e qual é o papel da oposição alcaçovense? O que fazem, vão às reuniões e dizem que sim a tudo só porque não tem maioria? Ou então a discussão é tão elevada que não tem espaço para um assunto que em minha opinião deve ser uma das prioridades políticas da nossa terra.
Mas quero crer e acredito que existem muitos alcaçovenses que tem orgulho de dizer que vivem numa terra que se chama Alcáçovas e que todos juntos irmos conseguir que a nossa terra recupere os esplendor de antigamente, quando dentro das paredes que hoje caem de esquecimento e de desleixo se assinou um tratado que mudou a configuração política do mundo e onde hoje se diz que foi dado o primeiro passo para a globalização.
rmgv
publicado por alcacovas às 18:03
De Anónimo a 23 de Fevereiro de 2006 às 19:19
Foi com grande prazer que descobri um blog feito nas "minhas" Alcáçovas.
Gostei do que vi, vou voltar muitas vezes para mesmo ao longe ir sabendo noticias da terra.
Grande abraçoZelupi
(http://zelupi.blogspot.com)
(mailto:)
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