Domingo, 26 de Fevereiro de 2006
«Em cada 10 alcoólicos, dois são mulheres», avança uma das psicólogas do CRA do Sul, Rita Lambaz. A maioria tem entre os 35 e os 45 anos e bebem para «aliviar o sofrimento». Processos de divórcios e alterações na carreira estão muitas vezes associados ao desenrolar do problema. (in Expresso)
De facto a tradição já não é o que era, Portugal mudou muito, está irreconhecível! A casinha portuguesa foi substituída pelos apartamentos ou pelas vivendas à beira mar, ou, em muitos dos casos, por barracas, os filhos já não vão à escola e já não cheira a alecrim, se muito cheira a outro tipo de ervas oriundas de outros países, nomedamente da Colombia. Se à porta bater alguém, leva um tiro, principalmente, porque deve ser alguem dos serviços de impostos, que vem cobrar alguma dívida. As parreiras que davam as uvas secaram, até porque o clima mudou e os subsídios de Bruxelas já não chegam. Só as rosas é que continuam no jardim, vamos lá ver por quanto tempo. E agora, quando o marido chega a casa jé não tem dois braços à sua espera, porque a mulher está no emprego a fazer horas extraordinárias. E, finalmente, já não há vinho sobre a mesa, há cerveja e o whisky, e para além disse já não é o homem que os bebe, é a mulher quando chega a casa do emprego, enquanto come um hamburger que trouxe do MacDonalds, esse grande restaurante típico.
De facto muito mudou na tradicional família portuguesa, mas também nos seus hábitos diários, tudo isto fruto dos novos tempos, das novas exigências, das novas modas. A mulher ocupa actualmente um lugar, na sociedade, importantíssimo, mas as questões da família inevitavelmente, muitas vezes, são colocadas de lado, porque mãe é mãe! Ao contrário do que se possa pensar a entrada da mulher no mercado de trabalho e na carreira académica trouxe para a sociedade grandes problemas, não só porque esta não estava preparada, mas acima de tudo, porque para as próprias mulheres, é muitas vezes uma luta perdida, que as faz mergulhar no alcool ou na depressão. Muitas vezes elas sacrificam a construção de uma família e dedicam-se à contrução de uma carreira, o pior é quando essa carreira não dá frutos. Será que não podemos conciliar as duas coisas? Seja como for o lema da nova sociedade portuguesa mudou, agora é: A alegria da pobreza está nesta grande riqueza de comprar e ficar endividado! Roberto Vinagre
publicado por alcacovas às 19:34
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De Anónimo a 1 de Março de 2006 às 12:56
Numa coisa estou tambem preocupado, qual o futuro da instituição "família" que tem sido ao longo de quase toda a história da Humanidade a base da organização social?
Ao longo de guerras, de transformações tecnológicas espantosas, de progressos enormes na generalização do conhecimento, a família mudou nalguns aspectos, mais formais do que intrínsecos, mas manteve o seu papel central e aglutinador do nosso "mundo".
Por vezes penso que tudo está a desmoronar-se, mas no fundo acredito que estamos perante uma grande mudança onde a família continuará a ter importância.
Como? Não sei.
Vivi muitos anos em África onde o papel da família e os laços entre os seus membros é muito mais forte do que entre nós.
Será o "progresso", como o entendemos hoje, que vai mudar a família.
A baixa taxa de nascimentos, muitos casais sem filhos ou apenas com um, terão laços familiares cada vez mais ténuos,ou talvez apenas diferentes.
Um pequeno núcleo familiar, onde os dois parceiros têm independência económica pode dissolver-se mais facilmente e recontituir-se com outros parceiros.
Aliás esta estória dos laços de família, tribo, cicadania, de nacionalismo vai trazer grandes surpresas. Um mundo estará a acabar, mas outras soluções surgirão.
ACAndre Correia
(http://www)
(mailto:raco93@yahoo.ie)
De Anónimo a 28 de Fevereiro de 2006 às 16:15
São de facto questões muito complexas! De machista eu não tenho mesmo nada, muito pelo contrário, sou um grande admirador das mulhures que deram a cara pelas grandes causas, as grandes lutadoras, e tenho muita pena que Portugal não tenha uma mulher nos seus comandos. Eu acredito que o mundo seria muito diferentes com mulheres à sua cabeça, acredito que seria muito melhor! o mundo está a mudar e as mulheres querem o seu lugar, e tenho a certeza que o merecem, eu só não sei qual vai ser o futuro da familia neste contexto! Eu só utilizei os principios do fascismo para brincar um pouco, claro que não os defendo, se bem que um caldo verde, verdinho é bem bom! : )Roberto Vinagre
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(mailto:roberto_vinagre@hotmail.com)
De Anónimo a 28 de Fevereiro de 2006 às 15:12
Caro Roberto,
Gostei do artigo que "esconde" uma miríade de problemas da nossa sociedade actual.
Tinhamos aqui matéria para conversar meses a fio.
Assim numa primeira análise vejo uma invocação dos tempos da ditadura - uma casa portuguesa, trabalho e igreja, ignorância e fé - mas ao mesmo tempo uma espécie de reacção "machista" (sem ofensa) dos bons velhos tempos.
Claro que as coisas são muito mais complexas e eu, muito provavelmente, estarei a fazer uma leitura errada do que li.
O Roberto estará a falar sobretudo de princípios
fundamentais que, ao que julga, estão a ser postos em causa, a ser substituidos por novos conceitos.
Mas em tudo o que diz julgo faltar uma questão:
O que é que as mulheres querem, será que elas estão a ser arrastadas para uma nova forma de vida ou, pelo contrário, são elas que estão a construir um novo mundo?
Será que nós,homens, estaremos prontos para partilhar (ou ceder)o domínio, o poder, às mulheres?
Talvez seja tempo de inverter algumas situações, como parece estar a suceder na maioria dos países ditos desenvovidos.
Um Mundo dirigido pelas mulheres não será mais pacífico, mais solidário, mais seguro?
O futuro....
AC
Andre Correia
(http://www)
(mailto:raco93@yahoo.ie)
De Anónimo a 27 de Fevereiro de 2006 às 13:41
É complicado para uma mulher ter que construir uma familia e dedicar-se à carreira. Existem prioridades na vida, e têm que decidir pela qual vale a pena, no futuro, desfrutar. É impossivel queremos as duas coisas, no nosso alentejo, ainda não vivemos muito o problema das grandes cidades, que as pessoas não bebem um belo vinho, acompanhado de uma bela conversa entre amigos e família, e substituem a qualidade de vida como denomina, por esse tal restaurante "típico" das grandes cidades, de grandes populações, em que ninguém conhece ninguém, em que o ambiente é promíscuo, e somos confrontados com uma luta diária entre homens e mulheres que querem, mais do que tudo, vencer na vida! Porque a crise, está aí!! Miguel Pestana
(http://www.pensaralentejo.blogs.sapo.pt)
(mailto:Md_pestana@hotmail.com)
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