Terça-feira, 10 de Maio de 2011
Artigo do Financial Times, lido no Público de hoje.
José Sócrates é acusado de ter escolhido atrasar o pedido de assistência financeira “até ao último minuto” e o seu discurso de que o acordo pacote português é melhor do que o grego e o irlandês e que não seria muito doloroso não é verdade, na opinião de Wolfgang Münchau, um dos colunistas de longa data do diário financeiro britânico.
Münchau assinala que o pacote de ajuda a Portugal contém “cortes selvagens” de despesa, congelamentos nos salários do sector público e pensões, aumentos de impostos e a previsão de dois anos de recessão “profunda”, o que em sua opinião desautoriza o discurso de Sócrates.
“Não se pode dirigir uma união monetária com pessoas como o sr. Sócrates, ou com ministros das Finanças que espalham rumores sobre uma cisão” da moeda única, diz ainda.
Munchau, um alemão que fez a sua carreira no FT e acompanhou o lançamento do euro, diz também que “uma união monetária sem uma união política simplesmente não é viável” e que a crise da moeda europeia é uma crise política.
AC
publicado por alcacovas às 14:54
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De Anónimo a 14 de Maio de 2011 às 15:28
É sempre muito fácil apontar erros ao Primeiro Ministro, porém todos nos esquecemos que a crise financeira de 2008, foi o primeiro passo para que todos os Estados se vergassem ao poder económico e aos mercados.
Na altura e quando o flagelo do desemprego se iniciou foi necessário o Estado português ajudar os mais carenciados, com políticas específicas. Não conhecemos à data nenhuma reacção às referidas medidas, antes pelo contrário, todos os partidos sem excepção (inclusive o PSD) exigiam do governo maior participação nessas ditas políticas.
Para que os portugueses possam avaliar a demagogia e populismo de certas afirmações relativamente ao nosso endividamento e outros, todos os partidos sabem que a crise financeira foi causada pelos bancos , não pelos Estados, a Islândia é disso um exemplo que os média evitam seguir e divulgar os procedimentos, com receio que os Europeus lhes sigam os passos depois de verem ameaçado o seu Estado social.
Aproveito para citar um importante académico norte americano que alertou no Jornal Económico o seguinte:
Francis Fukuyama considera que a forma como os mercados financeiros actuam representa um perigo para a democracia.
Esta posição do académico norte-americano foi assumida esta quinta-feira à tarde nas Conferências do Estoril, depois de ter sido questionado por uma pessoa da audiência sobre este tema.
«Acredito que o sector financeiro representa um grande perigo para a democracia porque representa um poder muito concentrado», disse Fukuyama , um dos mais reputados analistas políticos e económicos a nível mundial e professor das universidades de Standford , nos EUA, e a de Aarhus , na Dinamarca.
O norte-americano salientou o exemplo do seu próprio país, onde «muita concentração de poder económico está nas mãos de poucas pessoas».
O analista defendeu ainda que a razão pela qual a reforma do sector financeiro falhou se deve ao facto da influência que estas instituições continuam a ter e ao poder do «lobby».
«Como se resolve? Tem de se resolver politicamente», disse, referindo da necessidade de regulação. «A solução é democracia», reforçou, salientando que a democracia passa «pela mobilização das pessoas para porem travões» neste problema.
É verdade que a crise financeira internacional pesou sobre nós.
Ninguém nega isso.
A questão está no "resto".
Basta ser objectivo e estudar a evolução do país nos ~ultimos anos.
AC
De Pedro Dornellas a 21 de Maio de 2011 às 20:47
É por isso que não vale a pena entrar em diálogo. Acima, muito acima do interesse em debater ideias PS e PSD e António Francisco não consegue escapa-lhes. Trocam galhardetes e técnicas para que se ande à volta do que convém. Basta ler a resposta de António Francisco ao post anterior em jeito de resposta ao seu post para o ver entricheirar-se no...pior é o resto. Se bem me lembro, em plena crise era as intervenções continuadas na AR a acusar o governo de ter medidas de apoio às PME e de combate e compensação ao crescimento galopante do desemprego. Será assim tão difícil reconhecer que tudo isso custou seguramente uma pipa de massa? Que comentários se lhe oferecem relativamente à demagogia que Passos Coelho fez com as Novas Oportunidades. Como se fosse possível pegar num oportunista ou numa organização menos rigorosa e vai, que as há, e vai daí e destrói-se todo o mérito desta iniciativa. Porque não discutir a necessidade óbvia de alterar radicalmente o mapa autárquico com inúmeros concelhos com menos de 6000 habitantes. será que não convém porque os senhor autarcas do PSD podem se zangar. Se calhar é barato manter toda uma multidão de clientelas partidárias serenas, não é? Veja-se como PS e PSD se entendem tão bem nesse silêncio interesseiro que assegura o modelo de mobilização de tudo o que é boy destes dois partidos...
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