O nosso modelo de educação contém dois erros graves: 1) A manutenção de um modelo oriundo do período da revolução industrial, orientado exclusivamente para o trabalho, ignorando totalmente a criatividade do individuo; 2) Uma gestão de todo o sistema educativo e sobretudo da escola, demasiado centralizada. Enquanto não forem solucionados estes dois problemas é impossível construirmos uma sociedade moderna e mais capaz.
A grande preocupação da Era industrial era ensinar pessoas que fossem capazes de desenvolver o trabalho de uma forma quase automatizada. O indivíduo não tinha que pensar muito, na prática tinha que imitar. Quase todo o sistema educativo, essencialmente na sociedade ocidental, foi-se desenvolvendo até aos dias de hoje com base neste conceito. Este modelo, ao treinar e incentivar as actividades com pensamento convergente (reprodução de factos conhecidos), foi abolindo a importância da criatividade e a diferenciação individual no processo educativo, nomeadamente no que respeita ao pensamento divergente (novas soluções e ideias originais).
Infelizmente, o nosso modelo educacional não estimula e até exclui fortemente tudo o que sejam traços de personalidade criativa, normalmente evidenciados através do humor, capacidade e habilidade de sentir problemas e reestruturar ideias, curiosidade intelectual, abertura à percepção e capacidade crítica, autoconfiança e capacidade de assumir riscos, inconformismo e flexibilidade, etc, etc.
Na minha opinião, tudo o que tem ver com o desenvolvimento das características relacionadas com a personalidade criativa deve ser claramente estimulado. Principalmente através do nosso sistema de ensino. A educação “formal” deve ser e estar aberta ao saber pensar (saber criar) e não apenas ao saber fazer (imitar). Esta é uma das alterações profundas que deve ser promovida.
Outro aspecto que me parece lesivo ao nosso modelo educacional é o exagerado centralismo das políticas educativas. Em Portugal o Estado Central controla praticamente todo o sistema educativo, nomeadamente todos os processos de decisão política e de administração. O discurso da transferência de poderes e funções do nível nacional para o local (a escola) não passa de mera retórica política, quase sempre adaptada às conveniências do momento.
A reforma e reestruturação do sistema educativo deve passar por um processo de descentralização de poderes do Estado central para as escolas, dando-lhes o máximo de autonomias e competências, da livre escolhas da escola pelos pais, da diversificação da oferta escolar e pela melhoria e reforço dos procedimentos relacionados com a avaliação e a prestação de contas, mas também, permitir a todos o acesso às melhores escolas.
Tenho plena convicção que a descentralização do modelo educativo permite favorecer a responsabilidade e a iniciativa dos actores a todos os níveis. Os agentes escolares terão maior influência na pedagogia e no tipo de conteúdos a utilizar. A responsabilização das escolhas parece-me ser um passo decisivo para alterar este modelo claramente obsoleto.
Assim, neste novo modelo, o Estado Central teria a preocupação do “desenho geral” de todo este processo, funcionando como orientador, regulador e fiscalizador. A escola definiria os processos e as formas de actuar consoante os contextos (sociais, económicos, culturais, etc) onde esteja inserida.
Todos teríamos a ganhar com estas alterações.
António Costa da Silva
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