Caros leitores e amigos!
Desde já faço um prévio pedido de desculpas por trazer aqui um tema que foge aos meus conteúdos neste blogue: concelho de Viana do Alentejo e sua história e personalidades. Faço-o por necessitar incessantemente de obter mais e mais subscrições para uma petição que lancei recentemente e que visa defender o nosso património cultural imaterial: a Língua Portuguesa. Poderá parece um excesso dizer isto nestes moldes, no entanto assistimos diariamente, quotidianamente, nós portugueses, serena e impavidamente a um acossar de terminologias e estrangeirismos (sobretudo anglófilos) que têm empobrecido de sobremaneira o nosso léxico, já de si vastissímo e riquissímo. Assistimos à aplicação de regras de trânsito em inglês, com vista a facilitar a circulação europeia, assistimos à uniformização do inglês como língua internacional nas mais diversas organizações internacionais (OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte e não NATO - North Atlantic Treaty Organization; FIFA, UEFA, ONU, FMI, UE,...), à introdução crescente de línguas estrangeiras (sobretudo inglês) desde as mais precoces idades escolares e, sobretudo por via da rede(ou internet como a esmagadora maioria dos portugueses gosta de chamar) e da comunicação social e ainda de um certo laxismo do poder central e local ao proliferar de expressões anglófilas que têm vindo a fidelizar-se junto dos portugueses. E daí vai o meu desagrado por verificar que a minha cidade de Évora, também pretende sucumbir a esta tentação de ir adoptando este tipo de terminologias e, desta forma, parece que a original designação escolhida para o centro comercial a inaugurar em 2013, já não será Fórum Évora mas sim Évora Shopping, muito mais fashion, chic e desta forma ao agrado de todo o ppl(abreviatura em linguagem de sms para people e não pessoal).
Curiosamente ou não, no Brasil utiliza-se o termo OTAN e no sinal de STOP está lá escrito PARE( afinal com as mesmas letrinhas do seu homónimo inglês, portanto sem essa desculpa do espaço). Ao invés dessa protecção, em Portugal já não bastavam os inúmeros vocábulos anglófilos associados à Informática e novas Tecnologias, como depois veio a Economia e Gestão com os chairmans e ceo´s, culminando com o tema da Justiça, caindo no ridículo de chamar a um assalto a um automóvel de carjaking e a um simples assalto a uma habitação homejaking, como depois temos o bulliyng para tratar da violência escolar! Bem sei que somos ad eternum um povo subserviente e influenciável, mas gostava de dar um murro na mesa e, nesta dialéctica dizer que basta de termos atitudes obediantes, amorfas e penalizadoras do nosso bem-estar e da nossa própria identidade e idiossincrassias. A quem possa parecer esta uma questão menor, eu pergunto se nós nem nestas questões conseguimos estar unidos e resolvê-las a nossa favor, como podemos esperar que um país inteiro se possa unir para refundar o nosso sistema político-partidário e renovar a Democracia, ficando de braços cruzados à espera de tão sinuoso desfecho? O nosso país será o que dele quisermos fazer e mal vai Portugal se não tiver cá dentro quem o queira defender! Certamente que não é a UE, Espanha, a China que vão defender os nossos interesses ou a nossa Cultura. Não reconheço mérito e coerência a um Governo que defenda o aprofundar das relações lusófonas, do enriquecimento da língua portuguesa e do seu avanço no mundo da globalização, mas depois dentro de portas pratica o inverso, abrindo, aliás, escacarando portas para línguas que não teriam alguma necessidade de serem apoiadas e/ou apaparicadas pela sua já voraz capacidade de penetração na Economia Global.
É um simples gesto sim senhor, é uma mera petição que visa chamar a atenção para o promotor do projecto citado, a EVRET e para a autarquia eborense. Ao final de contas, sensibilizar estas duas entidades para que não pratiquem o mesmo erro de algumas autarquias de cairem no engodo de encetar um processo de anglofilização no comércio local. Isto já é bem patente nalgumas autarquias nacionais, apesar de ainda haver honrosas excepções. Pretende-se com esta petição salvar uma língua, inverter uma tendência, dar um exemplo de estóica defesa pela nossa Cultura, pela nossa Identidade e pela nossa Memória Histórica. Julgo não fazer sentido algum, uma cidade classificada de Património da Humanidade há 25 anos, também devido ao muito do seu Património Cultural Imaterial, como a Língua, usada etnograficamente, toponimicamente, no meio de outras tantas formas, abrir um grave precedente neste âmbito.
Não estou a tecer uma avaliação crítica sobre o desempenho camarário, apenas a exercer um acto de cidadania que gostaria de ver acarinhado pelos portugueses, eborenses ou não.
Quero também aqui ter a ousadia de abrir um bom precedente e, através de uma massiva sensibilização e adesão dos cidadãos à petição em causa, fazer ver à edilidade eborense que o exercício democrático da cidadania deverá ter efeitos práticos junto dos órgãos de poder por si representados. Seria talvez inédito em função de um movimento popular espontâneo, que uma autarquia local alterasse os seus pressupostos inicias, o que só a valorizaria por implicitamente se verificar que ela reconhecia a vontade popular assente na premissa da defesa intransigente da sua Cultura.
Por favor, apelo a todos vós quanto se solidarizarem com esta causa que me auxiliem a torná-la viável, através de um maior número possível de subscrições para comover quem tem a responsabilidade de poder alterar o status quo vigente. Nãso será uma vitória pessoal, será sim uma vitória colectiva de uma vontade popular, será a vitória da língua portuguesa e será inqestionalvemente uma vitória de Évora por se manter na vanguarda da defesa dos valores culturais de Portugal. Évora foi no passado precursora e mobilizadora dos esforços do país para a assunção dos seus valores civilizacionais, entre os quais a Cultura.
Aqui fica a ligação para a supracitada petição.
Atenciosamente,
Frederico Nunes de Carvalho
Foto Tirada do Blog do Juventude de Évora
A equipa de iniciados do SCA fez um jogo de treino com o Juventude de Évora.
Os nossos jovens atletas deram uma boa réplica à equipa de Évora. Não esquecer que a nossa equipa, com a grande maioria dos atletas de 1º ano, jogou contra uma equipa melhor preparada.
Apesar das dificuldades encontradas, a nossa equipa não se deixou ficar perante um adversário bastante complicado.
António Costa da Silva
Exemplos de marcas de cantaria de mestres canteiros que trabalharam na edificação do castelo de Viana do Alentejo.
Espero que tenha sido do Vosso interesse!
Frederico Nunes de Carvalho
O desafio aos ilustríssimos leitores é dizerem onde se encontram estes belos exemplares de pintura mural?
Frederico Nunes de Carvalho
Alcáçovas é a terra dos CHOCALHOS, por isso estas são algumas fotos do MUSEU DOS CHOCALHOS
Visto em http://usenioresag.blogspot.com
Editado por António Costa da Silva
Fortunato José Milhano
A: Então o que era aqui antes de ser jardim?
Milhano: Era onde as pessoas vinham buscar a erva para os burros, para os burros, para as bestas, para as vacas…
A: O terreno pertencia a quem?
Milhano: À junta. Mas não estava aqui nada.
A: Não havia aqui casas nem nada?
Milhano: Nada, só havia o coreto.
A: Já havia o coreto!?
Milhano: Sim, o coreto já é antigo.
A: E já havia também a taberna do…
Milhano: Não, não havia aqui taberna nenhuma.
A: Não havia ali a taberna do “maravilhas”?
Milhano: Havia!
A: Já havia, não era maravilhas?
Milhano: E a do… chamavam-lhe… como é que era o nome dele? O Fagulha. Onde está agora o Lopes.
A: Sim, era uma taberna também?
Milhano: Também, era uma “tascazinha”.
A: Então pronto, aqui era erva para os burros e como é que fizeram depois o jardim?
Milhano: Depois o jardim foi feito com as ajudas uns dos outros. Era a sábados, domingos e feriados é que a gente fazia isto.
A: Mas a junta pagava?
Milhano: Não.
A: Foram vocês a trabalhar grátis?
Milhano: Sim, grátis. Para fazermos o jardim.
A: Quantas pessoas eram mais ou menos? Lembra-se de alguns nomes?
Milhano: Lembro, o Júlio Isidro, António Maria, o Ciganito…
A: Ciganito? Quem era o ciganito?
Milhano: Morreu. Morava lá ao pé da igreja.
A: Qual é o nome dele de família?
Milhano: Ele era António, a gente era “ciganito”, “ciganito”…
A: Sempre o ciganito. E mais? Havia mais alguém?
Milhano: E era um “carta branca”, ele era Custódio. E então juntávamo-nos ao sábado e ao domingo, cavávamos, tirávamos pedras… e levámos isso tudo, limpámos isso tudo.
A: Não havia árvores aqui?
Milhano: Não, não havia nada. Só havia além aquelas 4 laranjeiras.
A: Ai já estavam ali?
Milhano: Já, aquelas antigas.
A: Então e quando é que começaram a fazer canteiros e a plantar coisas?
Milhano: Foi logo a seguir à limpeza da terra.
A: E quem é que fez, digamos o desenho do jardim?
Milhano: Foi um senhor que já morreu. Era o Angelino.
A: Ele é que fez o desenho do jardim?
Milhano: Sim, ele é que dava, como é que se diz?
A: O traço?
Milhano: o “orçamento”
A: E o Angelino de que família era?
Milhano: Mora ali ao pé do seu filho.
A: Ao pé da minha filha?
CATARINA (Filha do Milhano): Foi um senhor que se matou que era filho do tio André. Era Caldeirinha.
A: Então o jardim ficou logo como está hoje?
Milhano: Sim, ficou como está agora.
A: Então já era mais ou menos assim?
Milhano: Pois. Fomos a Alcácer do Sal buscar as mudas, o presidente dava-se muito bem com este presidente e fomos lá buscar plantas aos viveiros
A: Não pagaram nada…
Milhano: Não.
A: Foi só transporte?
Milhano: Só. E então formou-se o jardim e está formado.
A: Levou quanto tempo? Levou meses, semanas? Mais ou menos.
Milhano: Pois, levou semanas. Aquilo era só nas horas vagas.
A: Pois, era um bocadinho de cada vez.
Milhano: Isto foi feito só com as ajudas, eram garotos, era tudo o que aparecia…
A: Para dar uma ajudinha.
Milhano: Sim, para fazermos o jardim.
A: E estas árvores grandes?
Milhano: Isto já foi plantado depois.
A: Já foi depois, não é?
Milhano: Todas.
A: Tem piada. E depois é que fizeram aqui a escola. Já estava aqui a escola?
Milhano: Já, já.
A: Pois. Era a única escola cá da terra, não é?
Milhano: Pois, depois é que passou para ali.
A: Isso foi mais ou menos por que anos? Mais ou menos à quantos anos?
Milhano: Há ai uns 30 anos.
A: 30 anos? Ou mais! Portanto, o coreto fez o ano passado 80 anos.
Milhano: Já foram à 40 ou 30 anos que o jardim foi formado.
A: Mais 40 que 30, se calhar.
Milhano: Então eu estive aqui 33, já abalei daqui há 10 anos. Pois, deve ser isso sim senhor.
A: Os 40 anos?
Milhano: 40 anos. Isto não havia aqui nada.
A: Agora temos aqui um jardim muito agradável. Sim senhor, muito obrigado.
AC
Enviado para Publicação
Editado por António Costa da Silva
José Augusto Henriques
A: Então o que é que fazia com as namoradas?
José: Fazia muita coisa…
A: Conte lá uma história de uma namorada. Uma que lhe tenha dado uma tampa. Nunca levou uma tampa?
J: Não, eu é que a tampei a ela. Então namorava, a gente ia namorar ai às portas com elas, né? Elas punham-se na obreira, a gente punha-se encostados lá ao capote e toma, às tantas embrulhávamo-la no capote .
A: Para aquecer.
J: Pois para aquecer. E pronto ali estávamos na boa, estava frio mas estava lá aquilo metido.
A: E no verão? No verão não havia capote.
J: Não, no verão íamos assim livres, pronto. Íamos livres, pronto levávamos a roupa normal e era mais às escondidas, íamos por aqui ou por além, e tal não podíamos estar em qualquer lado. No inverno tínhamos os capotes é que era à vontade . Estávamos descansados, podia passar quem quisesse porque os que passavam no viam quem é que estava aqui no meio do capote. Fazíamos a vida assim. E pronto foi a vida assim, e depois nos bailes, o homem ia bailar com elas.
A: E houve uma que o apanhou a si.
J: Não, não.
A: Nunca casou?
J: Casei.
A: Então foi apanhado.
J: Pois eu casei. Por acaso tive quase, sei lá, 20, 25/30 anos casado. Agora há 14 que sou viúvo, mas ainda dou por ai umas voltinhas e tal. Ainda vêm ter comigo.
A: Ainda usa o capote?
J: Ainda, ainda. Olha logo à noite se me vir, eu saio sempre com o capote.
A: E não põe nada dentro do capote?
J: Não. Agora não ponho nada. Agora não arranjo mais nada.
AC
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