Domingo, 28 de Fevereiro de 2010
Muitas vezes nos interrogamos sobre a real dimensão desta crise económica e social. É certo que somos diariamente confrontados com a falência de inúmeras empresas e com o consequente aumento do número de desempregados. Não há ninguém que não tenha pessoas na família ou amigos afectadas por esta grave situação económica e financeira. Ninguém ficou de fora. Na realidade, o rumo e a dimensão que vai ser seguida por esta crise são uma das grandes incógnitas e preocupações actuais.
Todos nós sabíamos que esta degradante situação haveria de acontecer algum dia, só não se sabia quando e com que dimensão. Não era necessário ser um especialista na matéria para verificar que este modelo baseado no consumo e de forte endividamento não poderia ter bom fim. É elementar – os recursos não duram ad aeternum.
Também é verdade que as causas já estão todas mais do que identificadas e analisadas, mas o que importa agora é ultrapassar esta situação que foi criada, aprender com os erros e promover um novo modelo de desenvolvimento económico e social, que seja moralmente justo e adequado às reais necessidades das populações, mas também, que não ponha em causa a sustentabilidade do planeta.
Esta vai ser a maior batalha com que nos vamos confrontar. Alterar este modelo significa abdicar de privilégios que temos vindo a obter ao longo dos últimos anos – parece-me inevitável. Como é óbvio ninguém vai querer perder “direitos” que consideram como adquiridos e inalienáveis. Ninguém vai querer perder as facilidades ao crédito. Vai ser difícil voltar a fazer poupança e reduzir consumos. Ninguém vai querer perder salários, nem as regalias laborais e sociais. Na prática, estas novas mudanças implicam muito sacrifício que ninguém está disposto a fazer.
Por isso mesmo, vamos entrar numa fase em que os sindicatos vão ganhar mais força, os partidos “dependentes” da fragilidade económica e social vão querer tirar os seus dividendos políticos. Vamos, inevitavelmente, entrar numa fase de agitação social – também me parece evidente.
Nesta crise, que é claramente estrutural e não conjuntural como muitos a querem intitular, só existem duas opções: ou temos uma mudança do modelo vigente, com perdas claras das regalias e privilégios obtidos ao longo de vários anos, ou então, vamos ter inevitavelmente fome e uma miséria galopante.
É verdade que vão ser os mais fracos os primeiros a pagar pelos erros criados ao longo destes anos. É verdade que as sociedades mais desestruturadas são mais susceptíveis aos abusos, à corrupção e à criminalidade. É verdade que se deve exigir mais justiça social. Mas também é verdade que, não fazer nada no curto prazo, é ir de encontro ao abismo colectivo.
Mais do que nunca os Estados-Nação têm um papel determinante nesta fase histórica. É espectável que cada um faça a sua parte, contribuindo para a mudança deste modelo económico e social com que nos confrontamos. Os Estados têm um campo de manobra cada vez mais reduzido, mas ainda assim, o seu papel interventivo e fiscalizador deve ser determinante para a recuperação da confiança nas diferentes sociedades.
Os Estados devem dar o exemplo. Os Estados não podem ser os principais gastadores e geradores de dívidas que não podem pagar. Os Estados devem resolver, o mais urgentemente possível, as suas situações internas. Apesar de vivermos numa sociedade global, é obrigatório, em primeiro lugar, os países arrumarem as suas casas. Foi assim que fez para a adesão ao Euro. Agora é inevitavelmente mais urgente.
Desta forma, devemos pedir ao Estado português que também faça a sua parte desta difícil tarefa. Dê por onde der (reconhecendo que existe pouca vida para além do défice), é urgente tomar medidas de fundo, isto porque é impossível esperar mais. Só depois de “sarar esta ferida” económica e financeira é que é possível criar riqueza. Como é óbvio, ninguém investe em países falidos. Aliás, não resolver o problema das contas públicas, significa que se está a promover o mau investimento e nunca o investimento criador de riqueza e gerador de emprego.
Está claro que o Governo, isoladamente, não vai tomar medidas de fundo. Está claro para todos que não é desejável a instabilidade política. Significa então que, não havendo eleições a curto prazo (porque ninguém as quer), o melhor é haver um entendimento sério entre os principais partidos políticos portugueses. Este entendimento não deve significar alianças políticas, mas sim entendimentos específicos em áreas determinantes para o nosso futuro.
Nesta fase em que estamos a preparar o PEC – Programa de Estabilidade e Crescimento, devemos aproveitar esta “última” oportunidade para tomar medidas estruturais que nos façam sair da grave situação em que nos encontramos. Como já referi, muitas dessas medidas serão certamente dolorosas, mas inevitáveis. Não haver entendimento significa que vamos arrastar os problemas até que terceiros os resolvam por nós.
Tanto o Governo como a Oposição devem querer que o país saia do pântano onde há muito tempo imergiu. Ninguém deve querer governar (a seguir) um país onde já não há nada a fazer, a não ser obter o poder. Isso só vai atrair maus governantes. É nesta perspectiva que, na minha opinião, se deve apostar num entendimento ao nível da tomada de medidas económicas (e não só) nalgumas áreas muito importantes, como são exemplo:
1) Redução e correcção do défice público;
2) Redução da dívida externa;
3) Estabilização do sistema financeiro;
4) Definição das principais obras públicas a desenvolver;
5) Criação de um verdadeiro instrumento de incentivo ao investimento e às PME´s;
6) Renovação do modelo produtivo;
7) Desenvolvimento de um programa de criação de emprego;
8) Promover um programa de aposta na competitividade.
9) Reforma profunda da administração pública
Promover um entendimento nestas áreas significa dar um sinal de que se quer mudar. Mudar realmente. Desta forma, seria possível concentrar esforços de combate às nossas principais fragilidades, evitando também, a interferência “negativa” das corporações e lobbies. Não procurar este caminho, significa que vamos continuar a gastar alegremente e a empobrecer tristemente.
António Costa da Silva
Publicado em 21/02/2010 no
publicado por alcacovas às 17:39
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SCVA – SCA (0-3)
Equipa: Victor Hugo, Bruno Charrua, João Ilhéu, Zé Mbombé e André Silva.
Banco: João Silva e Elson.
Hoje disputava-se a segunda mão da meia-final da Taça de Futsal da AFE em Infantis. Em casa o SCA tinha ganho por 4 a 1 ao Sporting de Viana do Alentejo, restava saber se a nossa equipa conseguia chegar à final, ainda por cima desfalcada do Mário Carvalho.
No início da partida surge aquele susto inicial ao ver que a equipa da casa tinha atletas muito mais altos e mais velhos. Mas rapidamente deu para perceber que o SCA ia a Viana para comandar as operações.
Passavam pouco minutos do arranque da partida, quando o Bruno Charrua fez o primeiro golo do SCA. Uma jogada bonita e um golo também bem concretizado.
Durante o primeiro período do jogo, o SCA lá foi controlando a partida. As melhores e únicas oportunidades eram para a nossa equipa.
Ao intervalo a vantagem era bem merecida para o SCA.
No segundo tempo, as coisas foram muito mais claras. O SCA dominava totalmente a partida.
Depois de uma jogada espectacular, o André Silva alarga a vantagem para 2 a 0 (ou melhor, 6 a 1 – tendo em conta a primeira mão).
Muitos lances se seguiram que a nossa equipa desperdiçava.
Numa das melhores jogadas da partida, de envolvência de vários atletas, surge o 3 a 0, novamente por André Silva.
Até ao final do jogo, muitos golos poderiam ter acontecido, mas o resultado ficou por ali.
Mais um ano, mais uma final. No ano passado a nossa equipa foi à final, apesar de ainda jogarem das escolas. Esperamos que desta vez seja para ganhar.
Parabéns Equipa.
Notas Finais:
a) Melhor jogador em campo: André Silva. Pelas jogadas que concretizou, pelos dribles realizados e pelos 2 golos (apesar de tentar ser sempre justo na minha análise, não podia deixar dar este destaque especial ao André – mais do que merecido);
b) Arbitragem: Correcta.
António Costa da Silva
publicado por alcacovas às 17:09
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Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 2010
Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2010
“Conseguiram aquilo que queriam. Mataram-no. Puseram termo à vida de um lutador pelos direitos humanos”, condenou a mãe do prisioneiro, Reina Luísa Tamayo, em declarações ao jornal “El Nuevo Herald”.
O prisioneiro político cubano Orlando Zapata Tamayo, de 42 anos morreu ao fim de 85 dias de greve de fome que iniciara como protesto contra as condições prisionais no país.
Ainda bem há pouco tempo tivemos Aminatou Haidar, de 42 anos, em greve da fome durante um mês. Chamam-lhe “a passionaria” ou a “Ghandi do Sara Ocidental” por resistir às pressões marroquinas e espanholas.
Apesar das diferenças entre os 2 casos, coloco algumas questões acerca deste tema:
1) Será que ninguém conhecia Orlando Zapata Tamayo?
2) Porque é que Zapata não teve o mesmo apoio que Aminatou Haidar?
3) Porque é que não teve a mesma projecção mediática?
4) Será que é assim tão incomodativo falar de Cuba e do seu regime ditatorial?
5) Será tolerável a existência de sistemas políticos opressivos, onde são feitos prisioneiros políticos todos aqueles que não concordam com o regime?
6) Será que ainda alguém acredita na “Primavera” Raulista?
7) Afinal onde estão as reivindicações das esquerdas “evoluídas” europeias? Tal como fizeram com Aminatou Haidar
São estas algumas das permanentes hipocrisias da nossa sociedade.
António Costa da Silva
publicado por alcacovas às 16:29
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Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2010
REPORT DA SEMANA ONLINE - 1ª Maratona Alcaçovas 1ª Prova do Regional de Maratonas de Setúbal
Foto Report da semana já se encontra online - 1ª Maratona Alcaçovas 1ª Prova do Regional de Maratonas de Setúbal
http://www.btt-tv.com/index.php?option=com_content&task=view&id=283&Itemid=73
Agradeço ao Sérgio Santos da AJAL a indicação do site onde estão todas estas fotos e muitas mais ...
Editado por António Costa da Silva
publicado por alcacovas às 15:48
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A Classe de Dança da Associação Equestre de Viana do Alentejo promove dia 28 de Fevereiro, uma festa de solidariedade a favor da população do Haiti, a partir das 15 horas, no Cine-teatro Vianense.
Classe de Dança da Associação Equestre de Viana do Alentejo
"Ajude o Haiti, agora"
28 de Fevereiro
Cine-teatro Vianense
15h00
Actuações
- Grupo Seara Nova
- Grupo Coral Feminino de Viana
- Grupo Coral "Os Trabalhadores de Alcáçovas"
- Grupo de Ballet da ACRAL
- Classe de Dança (Ballet e Sevilhanas) da Associação Equestre de Viana
- Secção de Dança da casa do Benfica em Viana
- Grupo Coral Feminino Cantares de Alcáçovas
- Grupo Coral "Velha Guarda" de Viana
- Grupo Coral e Etnográfico de Viana
- Grupo de Música Popular "Flores do campo"
Visto no Site da CMVA
Editado por António Costa da Silva
publicado por alcacovas às 12:27
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Viana do Alentejo acolhe dia 24, quarta-feira, o Corta-Mato Distrital que envolve a participação de 1200 alunos.
Parceria:
- Agrupamento de Escolas de Viana do Alentejo
- Gabinete de Coordenação do Desporto Escolar da Direcção Regional da Educação do Alentejo.
Visto do Site da CMVA
Editado por António Costa da Silva
Corta-Mato Distrital
N.ª Sr.ª D'Aires
24 de Fevereiro - 10h00 - Participação de 1200 alunos do distrito de Évora
publicado por alcacovas às 12:24
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Editado por António Costa da sIlva
publicado por alcacovas às 12:18
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O concerto estava marcado para as nove da noite no Cine Teatro em Viana do Alentejo. O pai do ‘Boquinhas’, dono do local, emprestou a sala de borla. Os músicos e cantores eram o Zeca Afonso, o Francisco Fanhais e o Grupo de Cante dos Vindimadores da Vidigueira dinamizado pelo João Manuel Mansos.
Desde da manhã que a pacata Vila de Viana conhecia um movimento desusado de gente. De Évora viriam, mais tarde, camionetas de carreira carregadas de gente. Das redondezas da Vila apareceriam, pelos seus próprios meios, ainda mais um ror gente. Lembro-me, perfeitamente, de ter encontrado um jovem de barba rala, de mochila às costas, vindo à boleia do Porto. Fiquei estupefacto. A coisa prometia. Mais um indício do princípio do fim do regime.
À hora marcada, o largo frente ao Cine Teatro estava à cunha de pessoal. Se não estou em erro, o sargento da GNR da Vila, subiu os degraus da porta principal da sala e anunciou que, por ordens superiores, o concerto estava cancelado.
Foi a agitação geral. O Zeca e os outros cantores que se encontravam no meio do pessoal, começaram a cantar os ‘Vampiros’. O Chico Baião, com uma pequena flauta, acompanhava a solo a já famosa cantiga. Nada tardou que, em uníssono, o largo se tivesse transformado num imenso coro de protesto.
Dos lados da praça principal, a alta velocidade, surge o célebre volkswagem azul FE-52-24. De dentro da tenebrosa carripana, sai arfante de fúria o obeso chefe Melo, esbirro maior da delegação da Pide em Évora. Empurrão daqui, empurrão dali, tenta chegar junto dos cantores. Com a tarefa dificultada pela mole humana, não é de modas e furibundo puxa da pistola ao mesmo tempo que dá ordem de dispersão. Com algum custo a malta esgueira-se do largo.
Sozinho, no meio do largo, ficou apenas o Chico Baião continuando impávido a tocar a melodia na pequena flauta. Incrédulo com a ousadia, o gordo chefe Melo, tirou-lhe a flauta das mãos e pisou-a a pés juntos.
Faz hoje 23 anos que o José Afonso abalou do mundo dos vivos. Ao recordar este episódio em que o Zeca, mais uma vez, foi o elemento aglutinador, como em tantos outros, lembro com nostalgia o HOMEM JUSTO E SOLIDÁRIO do qual tenho o prazer de ter sido amigo.
Isidoro de Machede
Roubado ao meu amigo Joaquim Pulga do seu http://alentejanando.weblog.com.pt/
António Costa da Silva
publicado por alcacovas às 11:52
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Terça-feira, 23 de Fevereiro de 2010
Ladrões levaram ouro, prata e relógios23 Fevereiro 2010 - 00h58
Num minuto, três homens encapuzados entraram de rompante na ourivesaria Leitão, em Viana do Alentejo, apontaram uma pistola ao proprietário, obrigaram-no a ajoelhar-se e levaram grande parte do recheio da loja.
O roubo, que está a ser investigado pela PJ, ocorreu pelas 17h20 de ontem quando o ourives se encontrava sozinho na loja. “Foi tudo muito rápido. Entraram de cara tapada e ameaçaram-me com a pistola.”, contou Inácio Leitão. Em silêncio, o ourives viu os larápios ensacar os artigos que estavam nos armários e gavetas. Relógios, fios, brincos e anéis em prata e ouro foram algumas das peças roubadas.
“Despejaram muitas gavetas, mas não consigo calcular os prejuízos. Pelo menos não criaram muitos danos”, disse. O trio fugiu num veículo Mitsubishi de cor escura, que abandonaram na aldeia de Valverde, perto de Évora. O paradeiro dos assaltantes era ontem desconhecido.
Retirado do
Editado por António Costa da Silva
publicado por alcacovas às 12:19
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Um sismo de magnitude 2,7 na escala de Richter foi sentido em Alcáçovas, segundo o Instituto de Meteorologia. O abalo ocorreu cerca das 22h12, de segunda-feira, e foi registado pelas estações da Rede Sísmica do Continente.
Com epicentro a 20 quilómetros a Oeste de Viana do Alentejo, no distrito de Évora, o sismo de magnitude 2,7 na escala de Richter foi sentido em Alcáçovas.
O abalo não terá causado quaisquer danos pessoais ou materiais.
http://www.meteo.pt/pt/sismologia/actividade/
Editado por António Costa da Silva
publicado por alcacovas às 11:40
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Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 2010
Há já bastante tempo que andamos todos preocupados e assustados com esta crise. Pior do ainda, é não haver mínima noção de qual a sua durabilidade e qual a melhor forma de a solucionar. Ninguém, no seu perfeito juízo, consegue dizer com segurança qual a previsão do seu términos. Existem sinais, muito contraditórios em si, que também nos dão pistas completamente divergentes. Por isso mesmo, tudo não passa de meros palpites que poderão estar mais ou menos próximos de uma realidade que ninguém conhece ao certo.
Anunciar retomas, crescimentos ou outros elementos quaisquer, é insistir numa tentativa de estimular a confiança das pessoas e dos responsáveis pelas empresas. Confiança essa, há muito tempo perdida. Se quisermos ser realistas, utilizando os dados até agora apresentados, nomeadamente referente ao decréscimo da nossa economia em cerca de 3% em 2009, e utilizando as expectativas de crescimento em 0,7% para 2010 e 1,4% para 2011, significa que necessitamos de pelo menos 3 anos para recuperar somente a quebra do ano de 2009. Mesmo que venhamos a crescer ao ritmo anunciado (onde ainda persistem muitas dúvidas), significa que vamos continuar a perder emprego de uma forma muito significativa. Enquanto que o nosso crescimento não andar acima dos 2,25% (que já há bastante tempo não acontece), significa que não estamos, nem vamos criar emprego. Toda a gente sabe disso mas parece que ninguém o quer anunciar. Na Roma antiga, o mensageiro era morto cada vez que era portador de uma má notícia…
Para que a sociedade portuguesa volte a recuperar a confiança em relação ao futuro, é fundamental defender a preservação e a criação de emprego. Estancar esta violenta hemorragia social e económica deve ser a prioridade na governação no nosso País. Se juntarmos aos mais de 10% de desempregados (inscritos nos Centros de Emprego), as milhares de pessoas que se encontram a frequentar acções de formação subsidiadas com fundos comunitários e nacionais, e o forte subemprego que por aí impera, estamos a falar de taxas reais de desemprego muito próximas dos 20%. Esta grave situação que anda a ser tratada com base em “analgésicos”, pode-se tornar numa verdadeira “bomba social”, preparada para explodir a qualquer momento. É aqui que devemos centrar grande parte das nossas atenções, porque esta grave situação não pode durar ad eternum.
O que procura fazer o Estado? Financiar grandes projectos, muitas vezes megalómanos, que são totalmente ineficazes sob o ponto de vista de criação de riqueza, sobretudo no curto e médio prazo. Persistir na “tecla” dos grandes investimentos públicos de alta dimensão, é reforçar o nosso défice (já de si insustentável), e que inevitavelmente irá afundar muito mais o nosso País. Infelizmente, não somos um País gerador de grandes recursos e riquezas para os poder pagar. Só não vê quem quer.
A curiosidade é o leque tão abrangente de pessoas e entidades interessadas na concretização destes megalómanos investimentos: desde o Governo, a partidos de extrema-esquerda, até aos grandes empresários/capitalistas deste País, todos eles são acérrimos defensores das obras públicas de grande dimensão. Por um lado, entende-se a grande necessidade de o Governo querer fazer obra a todo o custo e efectuar as respectivas inaugurações de regime. Por outro lado, temos alguns partidos em que a sua sobrevivência, depende precisamente da agravação social do País (quanto mais desestruturado melhor). Por último, as grandes empresas necessitam de grandes obras para prolongar o seu estado vegetativo, e assim continuarem a “pagar” as suas dívidas ao sector bancário, que também se encontra dependente deste roulemant indisfarçável, mas que ao cair qualquer peça deste “dominó”, significa a ruína deste frágil e doente circuito.
O que se devia fazer? Por um lado, o País necessita de medidas drásticas, corajosas, quase sempre quebradoras de grandes privilégios. Essas medidas implicam alguma austeridade, sobretudo de contenção de despesas. Não fazer isso, é manter este status quo de triste empobrecimento. Só é possível desenvolver estas medidas, baixando altos salários (muitos deles em cargos e empresas públicas), reduzir pensões altamente desajustadas da nossa realidade, controlar todo o tipo de despesa. Significa que só é possível fazer isso reformando a nossa Administração Pública, aligeirá-la e torná-la mais eficaz e eficiente. Por outro, o País deve centrar os seus investimentos sobretudo voltados para a economia real, apoiando e incentivando a microeconómica. Promover muitos investimentos de pequena dimensão (com muito menos encargos também), dirigidos às instituições locais (autarquias e organismos desconcentrados dos Estado), às micro, pequenas e médias empresas, às pessoas com ideias e iniciativa, será uma forma viável de multiplicar a riqueza. Aqui muitos exemplos podem ser dados.
Está mais do que provado que 1 euro na mão de uma autarquia gera mais riqueza do que na mão do Estado Central. Então porque se tem vindo a alterar drasticamente esta estratégia? As autarquias conseguem fazer obra com a dimensão adequada para afectar a microeconomia, então porque não apostar nisso? Se sabemos que são as empresas de baixa dimensão as maiores criadoras de emprego, então porque não apostarem nelas? Estas aparecem em todos os discursos políticos, mas na realidade têm sido alvo de grandes atentados: aumentos da segurança social em 50% dos empresários em nome individual e dos profissionais liberais; sistemas de incentivo completamente desajustados à realidade empresarial de pequena dimensão; atrasos brutais na aplicação dos poucos incentivos a que têm direito (Ex: o PRODER – Subprograma 3, ainda não tem projectos aprovados); entre muitos outros aspectos. Os organismos desconcentrados do Estado, também eles, têm vindo a ser sistematicamente “feridos” na sua autonomia, sobretudo ao nível da impossibilidade de concretização de projectos e programas adequados ao estado de desenvolvimento das regiões onde estão inseridos.
A única forma de combater a crise é agir com coragem, mesmo que para isso signifique perder eleições. É fazer as coisas de forma diferente daquelas que já conhecemos. É fundamental haver iniciativas, ideias novas e capacidade de desenvolver projectos dinamizadores da sociedade e dos seus agentes. Só assim é possível mudar.
Tenho alguma expectativa em relação ao Orçamento para 2010. Tenho esperança que seja um instrumento fundamental promotor de mudanças. Espero que seja um orçamento de “combate”, que procure confrontar esta crise de uma realista e que seja um facilitador da economia. Espero que previna e não permita a degenerescência social e que venha a dar respostas às situações sociais mais emergentes. No fundo, espero que seja um orçamento completamente diferente daqueles que temos tido nos últimos anos, ajudando e permitindo ao nosso País sair da grave situação em que se encontra.
Será pedir demais?
António Costa da Silva
Publicado em 01/02/2010 no
1ª Divisão A
JORNADA 15
2010-02-21
Desp. Cabrela 2-2 Brotense
Santana do Campo 1-2 Alcaçovense
Luso Morense 4-2 Fazendas do Cortiço
GDR Canaviais 2-0 Outeiro
Descansou: Valenças
Classificação
(14 Jogos)
1 Luso Morense 37 (2ª Fase) Confirmado
2 Brotense 29 (2ª Fase)
3 GDR Canaviais 23 *
4 Santana do Campo 22 *
5 Valenças 22 *
6 Fazendas do Cortiço 15 *
7 Alcaçovense 10 *
8 Outeiro 8
9 Desp. Cabrela 7 *
* Menos 1 Jogo
Próxima Jornada
JORNADA 16
2010-03-07
Brotense - GDR Canaviais
Alcaçovense - Desp. Cabrela
Fazendas do Cortiço - Santana do Campo
Valenças - Luso Morense
Descansa: Outeiro
Editado por António Costa da Silva
publicado por alcacovas às 12:27
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Sábado, 20 de Fevereiro de 2010
Материал из Википедии — свободной
энциклопедииАлкасоваш (nopt. Alcáçovas) - фрегезия (район) в муниципалитете Bиаha-дy-Aлeнтeжy ете округа эвоpa в Поpтyraлии. Территория – 268,13 км². Население – 2 088жителей. Плоность населения – 7,8 чел/км².
Editado por António Costa da Silva
"Os sábios falam porque têm algo a dizer. Os tontos falam porque precisam dizer algo."
Platão
Editado por António Costa da Silva
publicado por alcacovas às 12:00
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Spring Horse Trials 2010
20 Fevereiro
CNC Preliminar e Iniciação
21 Fevereiro
Treino Combinado
25 a 28 Fevereiro
The Harley-Davidson Vale Sabroso Horse Trials 2010
CIC*
CIC**
Programa Provisório
Retirado do Site http://www.herdadevalesabroso.pt/
Editado por António Costa da Silva
publicado por alcacovas às 11:27
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A AJAL e a Associação de Ciclismo do Distrito de Setúbal promovem dia 21 de Fevereiro a 1ª Maratona BTT, em Alcáçovas. A prova está aberta para Atletas Federados (Integrada na Taça Regional de Maratonas XCM) e para Atletas Não-Federados (percurso de 80 Km e 40 Km).
Editado por António Costa da Silva
publicado por alcacovas às 11:21
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Editado por António Costa da Silva
publicado por alcacovas às 11:20
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Sexta-feira, 19 de Fevereiro de 2010
1 Técnico Superior Licenciado em Sociologia
1 Técnico Superior Licenciado em Animação Sócio Cultural - Chefe Divisão DASE
1 Técnico Superior Licenciado em Contabilidade/Gestão ou Administração Pública
1 Técnico Superior Licenciado em Direito
1 Técnico Superior Licenciado em Economia e Gestão
2 Pedreiros
1 Cabouqueiro
3 Nadadores Salvadores
Editado por António Costa da Silva
publicado por alcacovas às 18:37
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Vivemos numa região que compreende quase um terço do território nacional, mas que representa pouco mais de 5% da população portuguesa. Estamos a falar de muito território para pouca gente. Infelizmente, apesar da concretização de alguns projectos de investimento, não se tem conseguido alterar esta situação, antes pelo contrário, o Alentejo continua a perder a maior das suas riquezas: as suas gentes.
Este é um assunto muito debatido, do qual se conhecem grande parte das suas causas e das consequências que lhes estão associadas. Mas também é sabido que, existindo projectos adequados e estratégicos para a região ou para algumas das suas comunidades, é possível modificar e inverter esta tendência. Na realidade, há muito que se deveria estar a corrigir esta situação, mas infelizmente, vamos continuando a insistir nos mesmos erros, ou seja, continuando a promover insistentemente um mau modelo de desenvolvimento.
Uma coisa é certa, para além da falta de estratégia, não é possível ao Alentejo competir com outras regiões, principalmente quando continua a estar sujeito a índices de investimento substancialmente inferiores aos das outras regiões do País, nomeadamente quando comparado com o Litoral. Aliás, estes graves desajustamentos têm provocado um consequente agravamento das assimetrias regionais.
Desde longa data, nomeadamente quando olhamos para os primeiros três Quadros Comunitários de Apoio (QÇA), vimos as regiões mais ricas a beneficiarem directamente das regiões mais pobres. Na prática, Lisboa e Vale do Tejo, tal como o Litoral Centro e Norte, beneficiaram de apoios comunitários e nacionais graças às regiões altamente debilitadas (regiões objectivo I), como é o caso do Alentejo. Significa que muitos dos investimentos que foram canalizados para as regiões mais ricas, foram concretizados de uma forma desproporcional quando comparados com os realizados nas regiões mais pobres. Ainda por cima às suas custas.
Também no presente, em relação ao QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional e ao PRODER – Programa de Desenvolvimento Rural, estamos a viver uma situação semelhante, onde os investimentos na região continuam sem se fazer sentir e sem quaisquer efeitos ao nível da alteração do modelo de desenvolvimento regional. Em vez de ganharmos competitividade face a outras regiões mais ricas, continuamos a perdê-la. Na prática, os grandes investimentos continuam a ser perspectivados para as zonas mais ricas do País, em vez de se apostar na correcção dos grandes desequilíbrios regionais existentes.
Se olharmos para os PIDDAC´s ao longo destes anos, a situação é alarmante, o Alentejo e todo o interior agravaram significativamente a sua competitividade. O País tem insistido em investir brutalmente nas zonas mais povoadas. É claro que ao perdurar este tipo de modelo, significa que as regiões mais ricas vão ficar ainda mais reforçadas, atraindo mais pessoas. Este é um ciclo vicioso, onde as pessoas “correm” para onde há investimento, porque é aí que está o emprego. Por outro lado, as cidades do Litoral têm cada vez mais pessoas, significa que a qualidade de vida diminui, logo têm necessidade de mais e mais investimento.
Este é um ciclo vicioso e complexo, que é altamente prejudicial para o País a médio e longo prazo. Imagine-se um navio, onde toda a tripulação e carga vão para a proa, o mais natural é não se aguentar à tona de água. É o que estamos a deixar acontecer ao nosso País.
Para 2010, o PIDDAC para o Alentejo é uma desgraça. O montante global destinado à região é uma insignificância perante o valor nacional, significa que mais uma vez estamos a ser penalizados perante as regiões mais ricas. Pior que isso tudo, o Alentejo perde face a 2009, enquanto que Lisboa continua a aumentar. Isto cabe na cabeça de alguém?
Se estamos a pensar na criação de emprego através destes investimentos públicos, então a situação é mais dramática, isto porque o Alentejo é uma região com uma taxa de desemprego superior à média nacional. Então o que fazer? Os nossos responsáveis regionais dos diferentes órgãos e organismos desconcentrados do Estado devem “fechar os olhos” a esta situação? Os nossos autarcas devem permitir este laissez-faire, laissez-passer? E a nossa população?
Se estamos a pensar em melhorar os nossos serviços regionais, o melhor “é tirar o cavalinho da chuva”, porque isso não vai acontecer. O Hospital Regional em Évora, mais uma vez vai ser abandonado. A construção e melhoria de Centros de Saúde, mais uma vez vão ser adiadas. A construção do IC 33 não passa de uma miragem. A criação das variantes em Vendas Novas e Montemor-o-Novo, evitando a passagem de resíduos perigosos naquelas cidades, mais uma vez não vão ser concretizadas. A recuperação de muito do nosso património histórico vai continuar de fora. Muito investimento importante não vai ser concretizado pelo PIDDAC.
É certo que devemos ser solidários com a situação económica e financeira do País em que o País se encontra, mas isso não deverá ser feito por e à custa de todos?
Continuar nesta lógica, é adiar a região Alentejo. Significa que a nossa recuperação vai ser cada vez mais difícil. Espero bem, estar enganado.
António Costa da Silva
Publicado no nº 91 do